MANEJO COMPORTAMENTAL DE CRIANÇAS AUTISTAS
Palavras-chave:
Odontopediatria, Transtorno do Espectro Autista, Odontologia integrativaResumo
Introdução: Lidar com crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um desafio quando se trata de cuidados odontológicos. O TEA apresenta diferentes níveis de gravidade, com sinais e sintomas surgindo por volta dos 6 meses, sendo definidos por volta dos 3 anos e persistindo ao longo da vida. As crianças podem apresentar comprometimento visual, auditivo e cognitivo, o que muitas vezes acaba afetando a higiene bucal e as consultas odontológicas. Revisão de literatura: Foi realizada uma revisão de literatura nas bases de pesquisa Scielo e Google Acadêmico. Foram selecionados os artigos dos últimos cinco anos, em língua portuguesa e inglesa, disponíveis na íntegra, sendo dispensada a literatura cinzenta. Entende-se que o consultório odontológico impulsiona ansiedade devido ao uso de luzes fluorescentes fortes, ruídos provocados pela caneta de alta rotação e aromas desconhecidos. Por essa razão, é necessário que o profissional escolha uma técnica adequada a cada tipo de paciente, de acordo com sua idade, padrão comportamental e aceitabilidade dos pais. Nesse contexto, os odontopediatras adotam técnicas aversivas e não aversivas. As técnicas não aversivas compreendem ações como a técnica dizer-mostrar-fazer. Em relação às técnicas aversivas, a sua adoção é considerada adequada para as situações nas quais não se consegue a colaboração da criança por meio de outras abordagens. Logo, constata-se que as técnicas não aversivas são a primeira opção adotada pelos odontopediatras, por mostrarem uma resposta favorável. A utilização de técnicas não aversivas são os métodos menos empregados e demandam autorização do responsável da criança. Discussão: Durante o atendimento odontológico, a principal dificuldade é a baixa comunicação entre o profissional e o paciente. A equipe odontológica deve estar preparada para lidar com as possíveis respostas típicas aos estímulos sensoriais, por isso, dependendo do procedimento e do grau do transtorno, o atendimento pode ser domiciliar. Em geral, pacientes com TEA têm maior dificuldade em manter a higiene oral em casa, como o uso do fio dental e escovação. Devido a isso, os pais são responsáveis pelo cuidado oral dos filhos e devem ser orientados a utilizar métodos que facilitem esse momento. Existem algumas técnicas, e a mais empregada é a cronometragem da escovação e do fio dental, assim o indivíduo que possui TEA vai poder entender quando a tarefa acaba. Conclusão: Os resultados revelaram que as crianças com autismo apresentaram uma predominância significativamente maior de hipersensibilidade sensorial e de dificuldade com os cuidados orais, tanto domésticos, quanto no consultório odontológico. Portanto, para melhor atender crianças com TEA, deve-se utilizar de estratégias que alterem as características sensoriais do ambiente odontológico, bem como intervenções para reduzir as sensibilidades sensoriais dessas crianças. É adequado reconhecer todas as dificuldades e incômodos que esse paciente pode apresentar durante as suas consultas odontológicas.