TERAPIA COMPLEMENTAR COM FITOTERÁPICOS COMO COADJUVANTE NO REPARO TECIDUAL E INFLAMATÓRIO NO PÓS CIRÚRGICO ODONTOLÓGICO
Palavras-chave:
Cicatrização, Fitoterapia, Inflamação, Odontologia, Pós-cirurgicoResumo
Introdução: A fitoterapia tem ganhado espaço no meio odontológico por apresentar constituintes ativos que advém de plantas e sementes com atividade terapêutica, menor toxicidade, melhor biocompatibilidade e mais acessíveis ao público quando comparados aos medicamentos sintéticos convencionais. Tais características fazem dessa terapia um meio de suporte para a resolução de alterações bucais, sendo considerada uma opção de tratamento não invasivo. Os fitoterápicos apresentam-se, para uso odontológico, em forma de chás, soluções, géis, pomadas e enxaguatórios, tornando-se cada vez mais presentes em áreas diversas da Odontologia, servindo de intervenções como antissepsia e desinfecção. Revisão da literatura: As plantas foram na história a mais importante fonte de substâncias medicamentosas para aliviar dores e diminuir o potencial de doenças, muitas vezes o único recurso terapêutico de muitas comunidades. A segurança e a eficácia no uso de plantas medicinais foram reconhecidas oficialmente pela OMS em 1978 como estratégia efetiva em saúde. Tal reconhecimento validou as propriedades curativas e profiláticas desses recursos naturais, sendo fundamental na ampliação da saúde global. Estudos voltados à fitoterapia na Odontologia permitem uma abordagem terapêutica como um possível complemento em tratamentos pré e pós-cirúrgicos odontológicos. Discussão: Considerando-se a importância da busca por biomateriais alternativos em razão de seus benefícios cicatrizantes, reparos teciduais e auxílio para a regeneração óssea, estudos de fitoterápicos têm se intensificado para relacionar o bom uso e capacidade que certas plantas medicinais têm acerca da indução da osteogênese e fibrogênese, buscando sua biocompatibilidade com os fibroblastos do próprio organismo do indivíduo, induzindo um reparo tecidual mais eficiente. O uso de alguns fitoterápicos já é reconhecido na Odontologia. A margarida (Calendula officinalis) é empregada na cicatrização de feridas com ação anti-inflamatória e antibacteriana. As cabeças das flores secas de camomila (Matricaria chamomilla) apresentam propriedades anti-inflamatórias, cicatrizantes, sedativas e antimicrobianas. Na Odontologia, existe um enxaguante bucal à base de camomila que pode ser utilizado em casos de abscessos, inflamações, aftas, gengivites, úlceras e dor. A babosa (Aloe Vera), planta rica em polissacarídeos, possui o bioativo Acemannan, que possui excelentes propriedades na cicatrização de feridas e diminuição de danos teciduais. O Acemannan, na Odontologia, nas formas de enxaguatórios bucais e géis, podem promover a consolidação óssea de forma satisfatória após procedimentos de extração, devido ao estímulo dos fatores de crescimento, diferenciação de osteoblastos e da mineralização. Conclusão: O controle pós-operatório da inflamação, edema, dor, sangramento e risco de infecções é de preocupação do cirurgião-dentista. Pode-se recomendar fitoterápicos como coadjuvantes no pós-cirúrgico desde que seja realizada uma anamnese adequada do paciente para evitar qualquer efeito adverso que leve ao comprometimento de sua saúde em geral.