AVALIAÇÃO DA MICRODUREZA E RUGOSIDADE SUPERFICIAL EM MATERIAIS RESTAURADORES APÓS DESAFIO ÁCIDO UTILIZANDO BEBIDAS DE CONSUMO INFANTIL
Palavras-chave:
Acidificação, Materiais dentários, OdontopediatriaResumo
Introdução: Os materiais restauradores presentes na atualidade, como as resinas compostas e os cimentos de ionômero de vidro modificado por resina, visam reabilitar a forma, a função e a estética da estrutura dentária comprometida por lesões cariosas, seja em dentição decídua ou em dentição permanente. Atualmente, o consumo de bebidas ácidas (pH baixo), como refrigerantes e sucos de frutas ácidas, teve um aumento significativo que contribuiu para a alta prevalência de pacientes apresentando erosão dental, especialmente os odontopediátricos, o que acaba levando também a consequências ruins para os materiais restauradores. Objetivos: O presente estudo se propôs a avaliar a rugosidade superficial e microdureza de dois materiais restauradores de uso comum em odontopediatria, sob influência de desafio ácido, utilizando bebidas de uso comum por pacientes infantis. Material e métodos: Foram utilizados o ionômero de vidro Riva Light Cure cor A1 em cápsulas e a resina composta Opallis Odontopediatria cor A0,5. Foram produzidos 30 discos do ionômero de vidro Riva Light Cure e 30 discos da resina Opallis Odontopediatria, com as dimensões de 10mm x 2mm, utilizando uma matriz produzida para esse fim com uma placa de alumínio. Para realizar o desafio ácido, foram escolhidas duas bebidas ácidas (Coca-Cola e suco de uva Kapo), e uma solução controle para ambos os compômeros (água destilada). Cada material recebeu uma simulação de dieta ácida três vezes ao dia durante cinco dias sendo, armazenados na solução controle dentro de uma estufa a 37º C (similar a temperatura corporal), a cada ciclo, sem repetir a solução utilizada do mesmo recipiente. Ao final do último desafio ácido, os corpos de prova foram acondicionados em recipiente contendo água destilada e imersos por 72 horas, até que os testes de microdureza e rugosidade superficial fossem realizados. Resultados e discussão: Não se observou efeito do tempo no peso, nem na interação com grupo ou com tratamento, o que indica que o efeito da marca ou do tratamento no peso não foi modificado com o passar do tempo. Observou-se que a marca Opallis tem, em média, uma rugosidade 0,153 (-0,185 – -0,122) menor que a marca Riva (p=0,017); ambos os tratamentos (suco Kapo e Coca-cola) resultaram em rugosidade inferior que o controle (água destilada) (p=0,001 para ambos). No quesito dureza, a marca Opallis tem, em média, valores aproximados a 22,486 (17,577– 26,633) maior que a marca Riva (p=0,001), logo nenhum tratamento resultou em variação da dureza em nenhuma das marcas (p>0,05). Mesmo com uma análise rigorosa para escolha do material restaurador a ser utilizado na prática odontológica, esse material está sempre exposto a sofrer alteração pelo meio bucal, como a erosão causada pela alta frequência em ingerir alimentos e bebidas ácidos. Conclusão: Reconhece-se a necessidade de que mais pesquisas sejam realizadas na temática, para o controle e fundamento das variáveis existentes principalmente em relação ao grupo controle, a fim de se obter respostas mais concretas para minimizar os efeitos deletérios ocasionados por bebidas ácidas em restaurações de resina composta e cimento de ionômero de vidro.