Peri-implantite em pacientes diabéticos: uma revisão de literatura

Autores

  • João Pedro Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Wallisson Soares Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Daniella Cristina Borges Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Leonardo Bíscaro Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: Segundo a Federação Internacional de Diabetes, a população afetada por essa condição atinge aproximadamente 463 milhões de indivíduos, conforme dados registrados em 2021, abrangendo faixas etárias entre 20 e 79 anos. A diabetes acarreta diversas consequências, impactando significativamente a qualidade de vida e a expectativa de vida dos pacientes. Atualmente, a terapia de implantes odontológicos tem se destacado como uma abordagem comum na reabilitação oral, suscitando questionamentos sobre possíveis complicações associadas, particularmente a peri-implantite, que se apresenta como uma preocupação significativa, especialmente em pacientes com diabetes tipo 1. estudo consiste em realizar uma revisão de literatura acerca da influência da diabetes na terapia protética com implantes, com o intuito de analisar os potenciais efeitos adversos decorrentes dessa condição. Revisão de literatura: Diabetes mellitus engloba um conjunto de distúrbios metabólicos caracterizados por hiperglicemia, resultante de elevados níveis de glicose no sangue, ocasionando disfunções em diversos órgãos e tecidos. Esta condição pode manifestar-se em duas classificações principais, diabetes mellitus tipo 1 e diabetes mellitus tipo 2. É evidente que a doença acarreta complicações em vários sistemas do organismo humano, incluindo retardo na cicatrização de feridas, resposta imunológica deficiente a infecções, comprometimento do metabolismo e da resistência óssea. Atualmente, a terapia com implantes odontológicos tem ganhado destaque como uma opção restauradora amplamente requisitada por pacientes edêntulos, devido aos benefícios em termos de conforto, estética e qualidade de vida. No entanto, a longevidade desses implantes está intrinsecamente relacionada à sua integração com o tecido ósseo circundante. Nesse contexto, observa-se que pacientes diabéticos enfrentam um maior risco de falha na terapia protética com implantes, devido aos efeitos adversos sobre o metabolismo e a densidade óssea, sendo a diabetes tipo 2 particularmente prejudicial para o sucesso da terapia protética sobre implantes. Discussão: Durante a terapia com implantes, várias complicações podem surgir tanto no processo restaurador quanto após a instalação da prótese. Entre essas complicações, destacam-se as biológicas, como a peri-implantite, caracterizada pela inflamação da mucosa peri-implantar e pela progressiva perda óssea ao redor do implante. Estudos recentes indicam que cerca de 50% dos implantes podem ser afetados pela peri-implantite, e pacientes com diabetes apresentam um risco aumentado de inflamação, o que eleva a taxa de falha dos implantes. Pacientes com diabetes tipo 1 frequentemente apresentam o início do problema de forma mais precoce, com o desenvolvimento dos efeitos adversos ocorrendo de maneira mais rápida em comparação com pacientes com diabetes tipo 2. Além disso, pacientes com diabetes tipo 1 tendem a apresentar uma perda óssea precoce, enquanto aqueles com diabetes tipo 2 geralmente exibem um aumento ou manutenção da densidade mineral óssea, o que impacta diretamente no sucesso do implante. Portanto, pacientes com diabetes tipo 1 estão mais susceptíveis a falhas em comparação com aqueles com diabetes tipo 2, devido a essas diferenças na saúde óssea e na resposta inflamatória. Conclusão: Conclui-se, portanto, que os implantes colocados em pacientes diabéticos apresentam um maior risco de falha e maior perda óssea marginal do que os implantes colocados em pacientes não diabéticos. Ressalta-se também que os diabéticos do tipo 1 apresentam maior propensão a falhas e infecções do que os do tipo 2.

Biografia do Autor

João Pedro Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Wallisson Soares, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Daniella Cristina Borges, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas e docente

Leonardo Bíscaro Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Odontopediatria e docente

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Publicado

2024-03-06

Edição

Seção

Resumos