Implantes em pacientes sob tratamento com bifosfonatos

revisão de literatura

Autores

  • Wallisson Alexandre Soares Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Sarah Alves Carneiro Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Rodrigo Soares de Andrade Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Daniella Cristina Borges Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: Os bifosfonatos são fármacos usados no tratamento de várias doenças ósseas, como a osteoporose. Sua principal ação reside na redução da reabsorção óssea, o que contribui para a manutenção da densidade mineral óssea e prevenção de fraturas.No entanto, o uso prolongado de bifosfonatos tem sido associado a complicações ósseas, como a osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonatos (OMAB), uma condição que pode resultar em problemas significativos na prática odontológica, especialmente em procedimentos invasivos na região maxilofacial. O objetivo desta revisão é analisar como os bifosfonatos influenciam nos implantes osseointegrados. Revisão de literatura: A reabilitação bucal por meio de implantes vem sendo cada vez mais empregada, porém, vários são os fatores que influenciam na osseointegração. A OMAB pode ser causada pela supressão excessiva de osteoclastos interferindo no turnover ósseo impedindo que tenha boa reparação tecidual e gerar necrose óssea. Essa incapacidade de fazer uma correta reparação óssea pode fazer com que a osseointegração não ocorra e o implante dentário seja perdido. Discussão: Cirurgias orais representam os principais desencadeadores da OMAB. Embora exista uma correlação direta entre o uso de bifosfonatos e implantes, pacientes com menos de quatro anos de tratamento geralmente não requerem alterações na conduta durante a instalação do implante. Entretanto, para pacientes em tratamento há mais de 4 anos, recomenda-se interromper o uso da medicação pelo menos 2 meses antes da instalação do implante, retomando-a somente após a cicatrização óssea. Essa alteração na medicação deve ser prescrita pelo médico responsável. A taxa de sucesso na instalação de implantes em pacientes em uso de bifosfonatos é aproximadamente de 95%; no entanto, a maioria dos problemas relacionados à OMAB surgem tempos após a instalação. Isso pode ser atribuído à força exercida durante a mastigação, que incide diretamente no osso maxilar, além da possível alteração na remodelação óssea, o que pode resultar em necrose peri-implantar e, consequentemente, na perda do implante. Contudo, vale ressaltar que tal complicação não é uma ocorrência comum, e a grande maioria dos pacientes não apresenta esse problema. Cabe ao cirurgião-dentista informar claramente ao paciente sobre os possíveis riscos envolvidos. Conclusão: Podemos concluir que os bifosfonatos podem causar OMAB quando estes pacientes forem submetidos a cirurgias orais, mas não é uma contraindicação absoluta para a instalação de implantes. No entanto, não é uma contraindicação absoluta para a colocação de implantes dentários. Em vez disso, é essencial conscientizar o paciente sobre os possíveis riscos associados ao uso de bifosfonatos e a necessidade de uma cuidadosa avaliação clínica antes de procedimentos odontológicos invasivos. Ao informar adequadamente o paciente, é possível tomar medidas preventivas e garantir a segurança e o sucesso dos tratamentos odontológicos em pacientes que fazem uso desses medicamentos.

Biografia do Autor

Wallisson Alexandre Soares, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Sarah Alves Carneiro, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Rodrigo Soares de Andrade, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Estomatopatologia e docente

Daniella Cristina Borges, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas e docente

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Publicado

2024-03-06

Edição

Seção

Resumos