Tipos de trauma na dentição decídua que podem apresentar indicação direta para exodontia

Autores

  • Allan Vinicius Fernandes Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Amanda Londe Dimas Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Daniella Cristina Borges Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Leonardo Bíscaro Pereira Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Denise de Souza Matos Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

Introdução: Lesões dentárias traumáticas (LDTs) são um problema de saúde pública reconhecido em todo o mundo. Pesquisas recentes revelam uma prevalência mundial de 22,7% na dentição decídua, indicando que crianças são mais vulneráveis às LDTs, principalmente nos dois primeiros anos de vida, quando aprendem a andar, correr, e explorar o ambiente. Revisão da literatura: As LDTs são consideradas situações de urgência, pois uma lesão traumática no dente decíduo pode influenciar negativamente a erupção dos dentes permanentes. Além disso, elas determinam importantes consequências odontológicas, estéticas, psicológicas e muitas vezes médicas para a criança e seus pais. Nota-se ainda que, de acordo com diversos estudos, a intrusão e avulsão de dentes decíduos são consideradas os tipos de traumas de maior gravidade, por causarem um maior número de alterações no desenvolvimento dos dentes permanentes. Discussão: A Associação Internacional de Traumatologia Dentária (IADT), em suas diretrizes anteriores, recomendava a extração direta para lesões intrusivas e de luxação lateral para dentes decíduos traumatizados se o deslocamento da raiz houvesse acontecido em direção ao germe do dente permanente. De acordo com as novas diretrizes, de 2020, esta conduta não é mais recomendada, pois as novas evidências científicas mostram que pode haver re-erupção ou reposicionamento espontâneos para dentes decíduos intruídos ou que sofreram luxação lateral. Há receio de que a extração possa causar mais danos ao germe sucessor, além da falta de evidências que justifiquem a extração imediata como forma de minimizar sequelas. Desta forma, assume-se assim uma conduta mais conservadora, de modo que a indicação de extração deve considerar a existência de risco de aspiração, ingestão ou interferência na oclusão. Em fraturas coroa-raiz, não sendo possível a restauração, recomenda-se a extração. Também é recomendada a extração no caso de fraturas radiculares, especialmente naquelas em que o fragmento coronal estiver deslocado, extremamente móvel e interferindo na oclusão. Quando houver luxação extrusiva, se o dente estiver excessivamente móvel ou apresentar extrusão maior que 3 mm, bem como no caso de luxação lateral quando há deslocamento severo associado ao risco de ingestão ou aspiração do dente, também se recomenda a extração. Conclusão: Traumatismos na dentição decídua podem afetar diretamente a dentição permanente. Para todas as situações, a maturidade da criança e a capacidade de cooperar com a situação de emergência, o tempo para a esfoliação do dente decíduo lesionado e a oclusão são fatores importantes que influenciam o tratamento. Quando apropriado e a cooperação da criança permitir, opções de tratamento que mantenham a dentição decídua devem ser prioridade, havendo sempre a necessidade de discussão com os pais a respeito das formas de tratamento e prognóstico. Em todas situações, analisar individualmente cada caso é imprescindível para uma correta tomada de decisão, visando o melhor tratamento para o paciente e sua família.

Biografia do Autor

Allan Vinicius Fernandes, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Amanda Londe Dimas, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente do curso de Odontologia

Daniella Cristina Borges, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Imunologia e Parasitologia Aplicadas e docente

Leonardo Bíscaro Pereira, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutor em Odontopediatria e docente do curso

Denise de Souza Matos, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Doutora em Odontopediatria e docente do curso de Odontologia

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Publicado

2023-02-28

Edição

Seção

Resumos