Perspectivas acerca do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade

uma revisão da literatura

Autores

  • Jéssica Gabrielle Ribeiro Bragança Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Mara Lívia Araújo Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Resumo

O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade é considerado um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e, em alguns casos, acompanha o indivíduo por toda a sua vida. O TDAH não pode ser confirmado por nenhum exame laboratorial ou de imagem, o que gera questionamentos quanto a sua existência enquanto diagnóstico clínico. O presente trabalho teve como objetivo realizar uma revisão bibliográfica da literatura sobre o TDHA evidenciando aspectos da avaliação psicológica, a problematização do diagnóstico e possíveis intervenções psicopedagógicas. Foram investigados periódicos digitais, encontrados nas bases de dados da SciELO e PePSIC. Utilizou-se “transtorno de déficit de atenção e hiperatividade” como descritor. Para a seleção, utilizou-se como critérios que o texto estivesse disponível na íntegra nos idiomas português e inglês e que estivessem sido publicados entre 2000 e 2016. Estima-se que o TDAH é um dos transtornos neuropsiquiátricos mais conhecidos na infância, acometendo aproximadamente de 3 a 5% das crianças, persistindo até a idade adulta em torno de 60 a 70% dos casos. Sendo que, a criança com TDAH apresenta uma tríade sintomatológica que envolve falta de atenção, hiperatividade e impulsividade, ocasionando sérias dificuldades para o processo de aprendizagem, além de prejuízos pessoais e sociais. Todavia, a popularização do termo “criança hiperativa” passou a preocupar muitos estudiosos que questionam suas bases biológicas e seu tratamento medicamentoso e denunciam a banalização deste diagnóstico para a infância contemporânea. A diferenciação entre o TDAH e a normalidade configura um dilema clínico importante, responsável por muitos diagnósticos equivocadamente firmados. Aspectos da personalidade associadas aos contextos familiares/escolares adversos podem contribuir para o estabelecimento de padrões disfuncionais de comportamentos/pensamentos e emoções, que nem sempre se configuram no transtorno. Nesse sentido, o pouco conhecimento sobre a patologia gera dificuldades, uma vez que indivíduos podem receber, equivocadamente, o rótulo de TDAH, assim como muitos outros com essa patologia podem passar despercebidos e ficar sem tratamento. Com relação a este, identifica-se uma abordagem múltipla, englobando intervenções psicofarmacológicas e psicossociais. Evidencia-se o papel psicoeducativo, através do qual informações claras e precisas são disponibilizadas à família a respeito do transtorno. Assim, ante as dificuldades cognitivas, comportamentais e emocionais, é importante que o psicólogo e o psicopedagogo planejem atividades adaptáveis às possibilidades de cada criança. Estudos sobre o TDAH desvendam novas técnicas, com a finalidade de que haja uma diminuição da interferência que os sintomas do TDAH causam na vida da pessoa, como na aprendizagem, nos relacionamentos e na autoestima. Contudo, ressalta-se a necessidade de um olhar crítico do profissional de saúde, para que diagnósticos e tratamentos medicamentosos não sejam utilizados indiscriminadamente. São necessários mais estudos que investiguem as implicações futuras da medicalização infantil.

Biografia do Autor

Jéssica Gabrielle Ribeiro Bragança, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Discente

Mara Lívia Araújo, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Docente do Curso de Psicologia do Centro Universitário de Patos de Minas – UNIPAM

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Publicado

2018-07-27

Edição

Seção

Resumos