Eficácia da técnica breath stacking na paralisia cerebral
Resumo
A Paralisia Cerebral (PC) é uma doença que acomete principalmente o sistema motor conduzindo a diminuição da movimentação e alterações em diversos outros sistemas orgânicos, dentre eles o sistema respiratório. Mesmo com todos os recursos fisioterapêuticos disponíveis para a PC, estes são limitados quando os pacientes possuem baixo nível de consciência. A técnica Breath Stacking (BS) é um meio alternativo de incentivo à inspiração, na qual utiliza-se uma válvula unidirecional, com o ramo expiratório ocluído, acoplada a uma máscara no rosto do paciente. Essa técnica pode-se mostrar útil para estes pacientes, pois não necessita de cooperação. O objetivo do estudo foi verificar a eficácia da técnica Breath Stacking em crianças e adolescentes com PC do tipo quadriplégica espástica (PCQE). Foi realizado um estudo intervencional, transversal e prospectivo com uma amostra constituída por sete crianças e adolescentes, com PCQE com idade média de 8,43 ± 5,68 anos. Teve início após aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Patos de Minas (COEP-UNIPAM) com o parecer 1.473.920. A função respiratória foi avaliada com um ventilômetro de Wright adaptado a uma máscara facial para verificação do volume minuto (VM), frequência respiratória (FR) e volume corrente (VC). Para avaliação da força dos músculos respiratórios foi utilizado o manovacuômetro, graduado em cmH2O adaptado para pacientes não cooperativos e para avaliação da expansibilidade da caixa torácica, foi utilizado a cirtometria torácica utilizando uma fita métrica flexível. Após a avaliação, a criança foi submetida ao protocolo de tratamento da musculatura ventilatória através da técnica Breath Stacking. As avaliações foram feitas pelo mesmo avaliador antes e após a técnica BS durante 12 sessões. Foi realizada análise estatística das variáveis numéricas entre os períodos pré e pós- tratamento através do teste de Wilcoxon. Após o tratamento, houve aumento na força muscular respiratória (PI máx e a PE máx) com aumento significativo de p=0,018; no VC (p=0,018) e aumento da expansibilidade da caixa torácica em três pontos distintos (perímetro axilar (p=0,026), perímetro mamilar (p=0,017), perímetro xifoide (p=0,017)). As crianças e adolescentes com PCQE submetidas ao protocolo obtiveram aumento significativo da força muscular respiratória, do volume corrente e da expansibilidade da caixa torácica comparando os valores pré e pós a aplicação da intervenção fisioterapêutica.