A fadiga nos pacientes com câncer colorretal
Resumo
Fadiga é um fenômeno universal, subjetivo, multifatorial e multidimensional e pode ser vivenciado por pessoas saudáveis ou doentes. É entendida como sensação física desagradável, com componentes cognitivos e emocionais, descrita como cansaço que não alivia com estratégias usuais de restauração de energia. Ela limita seriamente as atividades diárias do paciente incluindo sua capacidade de trabalho e relacionamento com seus familiares e amigos ou de socializar-se. A fadiga é um sintoma prevalente na doença oncológica avançada, comprometendo 75% a 85% dos doentes. Para tanto, faz-se necessário conscientizar pacientes, profissionais e cuidadores de que a fadiga é perfeitamente passível de intervenções. No entanto, apesar do reconhecimento de sua alta prevalência entre os pacientes de câncer, a fadiga recebe pouca atenção na literatura clínica de Enfermagem, sendo poucos os estudos referentes a propostas de intervenção e tratamento. O presente estudo objetivou-se a levantar dados sobre a presença da fadiga em pacientes com câncer colorretal e o seu impacto nas atividades de vida diária. Trata-se de uma pesquisa de campo, descritiva e de abordagem quantitativa. O estudo foi realizado no Centro Oncológico AZ do Noroeste, a amostragem da população foi probabilística por acessibilidade/conveniência. Para execução desta pesquisa foi realizado previamente uma consulta do contingente de pacientes em tratamento do câncer colorretal na clínica AZ, tendo assim aproximadamente 30 pacientes cadastrados, sendo que destes houve exclusão da pesquisa os óbitos e que receberam alta do tratamento, durante o período de coleta de dados. O projeto foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) do Centro Universitário de Patos de Minas– UNIPAM sob CAAE 52987816.8.0000.5549. Para coleta de dados foi utilizado um instrumento composto por aspectos gerais de identificação dos sujeitos, dados de avaliação da fadiga através da Escala de Karnofsky e a Escala de fadiga de Piper Revisada. Participaram da pesquisa 26 pacientes, destes 14 (53,8%) são do sexo feminino e 12 (46,2%) do sexo masculino. A idade mínima foi de 38 anos e a máxima de 78 anos. O estado civil mais frequente foi o casado (65,4 %), 65,4% estão afastados das atividades laborais e 23,1% aposentados. Quanto o grau de escolaridade 76,9% pacientes estudou até a 7° série do ensino fundamental e 46,2% dos entrevistados relataram ganho de um a três salários mínimos, somente 11,5% relataram receber um salário mínimo. Resultados mostraram que mais da metade dos pacientes se sentem fracos, sonolentos, deprimidos e incapazes de pensar, estão apáticos e incapazes de lembrar. Espera-se que este estudo possa colaborar para a melhor avaliação deste sintoma em pacientes com câncer na prática clínica do enfermeiro. Ao utilizar uma escala que mensure a fadiga os enfermeiros podem obter melhores resultados nas intervenções de enfermagem para amenização deste sintoma debilitante.