Desenvolvimento motor de pessoas com síndrome de down
Resumo
A Síndrome de Down (SD) é uma condição genética, que leva o indivíduo a apresentar uma série de características físicas e mentais específicas, podendo variar em diferentes níveis, de acordo com a condição de cada indivíduo. A SD tem como características marcantes o retardo mental, o comprometimento intelectual, a aparência física e certo prejuízo motor. Por isso, é necessário procurar maneiras de melhorar o Desenvolvimento Motor (DM) dessas pessoas. O estímulo motor é muito importante para que quem tem SD consiga uma melhor qualidade de vida e uma integração social mais dinâmica e ativa. Em vista disso, esse trabalho objetivou verificar a eficiência de um programa de intervenção motora em pessoas com SD, avaliando seus níveis de DM antes e após a participação no programa. A presente pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética, CCAE 60707816.1.0000.5549. Os participantes passaram por um teste para avaliação de seu DM, através da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) proposta por Rosa Neto, e, posteriormente, foram submetidos a um programa de intervenção motora com caráter lúdico e recreativo, que contou com 8 sessões de 30 minutos cada. Na terceira etapa foi realizado um re-teste com o mesmo protocolo para verificar eventuais evoluções nas variáveis previamente avaliadas. No primeiro teste constatou-se que todos os indivíduos apresentavam nível de desenvolvimento classificado pela EDM como “muito inferior”. No re-teste, embora a classificação do DM ainda tenha se mantido como “muito inferior”, verificou-se que o grupo obteve uma melhora significativa, tendo uma evolução de 12,6 meses no seu Índice Motor Geral e aumentando também o Quociente Motor Geral do grupo. As áreas motoras que mostraram um maior déficit no teste foram linguagem e organização temporal, equilíbrio e organização espacial. As melhoras mais significativas ocorreram em IM2 – motricidade global (12,6 meses), IM3 - equilíbrio (24 meses) e IM6 – linguagem e organização temporal (14,4 meses). Os outros indicadores (IM1 – motricidade fina, IM4 – esquema corporal e rapidez, e IM5 – organização espacial) apresentaram um pequeno crescimento, mesmo que não estatisticamente significativos. Concluiu-se, a partir dos resultados, que houve evolução significativa no desenvolvimento motor da população em questão, o que corrobora com resultados previamente analisados. Fica evidente a utilidade e a necessidade de programas de estimulação para pessoas com SD, pois a prática de atividades físicas traz benefícios tanto físicos quanto sociais para o indivíduo. Cabe ressaltar também que, se bem estimuladas, essas pessoas podem se aproximar e até igualar os níveis de Desenvolvimento Motor considerados normais.