Identificação de flavonoides em diferentes partes de Passiflora edulis Sims (maracujá azedo)
Resumo
A família Passifloraceae compreende cerca de 20 gêneros e 600 espécies, distribuindo-se principalmente nas Américas e na África. Algumas espécies de Passiflora são cultivadas por seus frutos comestíveis, principalmente na forma de sucos e refrescos. Além do emprego alimentício, várias espécies do gênero Passiflora são tradicionalmente usadas como sedativos ou no tratamento de diversas desordens do sistema nervoso central, como ansiedade e insônia (SILVA, 2012). Dentre as espécies de maior interesse, destaca-se a Passiflora edulis Sims (Maracujá azedo). Considerando- se a composição química, este gênero possui compostos de interesse como flavonoides e alcaloides. No fruto encontram-se flavonoides-C-heterosídeos como vitexina, isovitexina, orientina, isoorientina, homoorientina, saponarina e saponaretina, além de flavonóis como quercetina, rutina e antocianinas (BRAGA et al., 2010). ZERAIK, M; YARIWAKE, J.H, (2010) identificaram os compostos vicenina-2, spinosina, isoorientina, orientina, isovitexina, vitexina das folhas de P. edulis. O objetivo geral deste trabalho é identificar, através da cromatografia em camada delgada (CCD), os flavonoides presentes em diferentes partes de P. edulis Sims. Os frutos e folhas de P. edulis foram coletados na fazenda Serra Negra, as margens da BR 365, no mês de Junho de 2015, no período vespertino. As folhas foram higienizadas em água corrente e secas em estufa a 60°C. Os frutos foram higienizados em água corrente, e posteriormente separaram-se as cascas, sementes e polpa. As cascas e sementes foram secas em estufa a 60°C. A polpa foi armazenada em congelador (- 8°C) até a realização das análises. Foi produzido um extrato bruto, onde 1 g de cada material vegetal foi extraído com 10 mL de Metanol durante 10 minutos em banho maria (60°C), com posterior filtração. O extrato obtido foi armazenado em frasco vidro âmbar. Posteriormente foram realizadas as seguintes reações químicas de caracterização para flavonoides: Shinoda, Pew, Cloreto férrico e Cloreto de alumínio. A identificação cromatográfica dos flavonoides foi realizada conforme metodologia preconizada por Wagner & Bladt (1996). A amostra consistiu no extrato produzido acima. Para a realização da CCD foi utilizada como fase estacionária uma placa de alumínio coberta com sílica gel 60 F254 Merck. A fase móvel do sistema foi uma mistura de Acetato de etila: Ácido acético: Ácido fórmico: Água (100: 11: 11: 26). O revelador utilizado foi o reagente NP/PEG seguida de visualização em luz UV (365 nm). Para a identificação dos flavonoides, foi comparado o fator de retenção (Rf) e a coloração de cada uma das manchas com a literatura. A reação de Shinoda foi positiva para a folha e casca, a reação de Pew foi positiva para casca, a reação de Cloreto férrico foi positiva para todas as partes da planta e a reação do Cloreto de alumínio foi positiva para todas as partes, exceto a polpa. Na CCD houve a formação de diversas manchas, sendo a folha a que exibiu o maior número de componentes. Após o cálculo do Rf e feita à comparação com dados da literatura, foi possível identificar a vitexina (Rf 0,57; mancha amarronzada) e isoquercetina (Rf 0,70; mancha esverdeada) no extrato das folhas de P. edulis. Pode-se observar que todas as partes de P. eduis contem flavonoides, em especial a folha, onde foi possível identificar algumas substâncias. Entretanto, outros estudos devem ser realizados.