Efeito da intervenção nutricional no tratamento da obesidade infantil
Resumo
Atualmente a obesidade ocupa um papel de destaque entre as doenças infantis. A mudança no padrão alimentar das crianças e o aumento do sedentarismo constituem as principais causas para o aumento da obesidade nesta população. Visando modificar esse quadro, os programas de educação alimentar são considerados uma das estratégias mais eficazes. Objetivo: Avaliar o efeito da intervenção nutricional no tratamento da obesidade infantil em crianças de uma escola pública. Foi realizado um estudo longitudinal de intervenção clínica (educação nutricional) com alunos de 7 a 11 anos de uma escola pública no município de Presidente Olegário, MG. Foram selecionadas para participarem da pesquisa as crianças que se enquadraram nos critérios de inclusão: saudáveis, com excesso de peso (acima do percentil 97 de acordo com OMS 2006 e 2007), na faixa etária de 7 a 11 anos, que não faziam uso de medicamentos, não estavam fazendo dieta para redução de peso, tinham um padrão de atividade física constante. A intervenção contou com duas atividades semanais de educação nutricional, totalizando oito encontros. Antes e após a intervenção fez-se uma avaliação antropométrica, onde foram aferidos o peso e a estatura. Foram coletados dados de saúde e alimentação e ao final do estudo também foi feita uma entrevista semiestruturada aplicada individualmente, para levantamento e registro dos discursos dos escolares sobre as atividades realizadas. O trabalho foi previamente aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de patos de Minas e os pais das crianças assinaram o Termo de Compromisso Livre e Esclarecido consentindo a participação do seu filho na pesquisa. Em relação à variação do peso e do IMC antes e após a intervenção nutricional, não houve uma diferença estatística. Quando questionados sobre mudança na alimentação dos pais, 50% dos escolares relataram hábitos alimentares mais saudáveis. Todas as crianças referiram melhora da alimentação depois dos encontros, 90% afirmaram estar comendo mais frutas e 70% das crianças disseram estar consumindo mais verduras. Além disso, 70% confirmaram ter diminuído a ingestão de salgadinhos e balas. Os escolares passaram a entender melhor sobre a alimentação, bem como sua importância para a saúde, porém o tempo do estudo foi pequeno para se observar mudanças significativas, principalmente antropométricas. A ação em conjunto com os pais e a escola se mostrou necessária e fundamental para promoção de mudanças nos hábitos alimentares dos escolares.