Hanseníase – revisão
Resumo
A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa que atinge predominantemente a pele os nervos periféricos e se caracteriza por grande polimorfismo clínico e a ocorrência de surtos de agudização. Causa incapacidade física se não for identificada e tratada na fase inicial ou nos períodos de agudização. A hanseníase é causada pelo Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que é um parasita intracelular obrigatório, com afinidade por células cutâneas e por células dos nervos periféricos. Foi realizada uma revisão de literatura, com revisão das bases de dados Medline, LILACS e SciELO, utilizando como palavras-chave “hanseníase”, “leprosy” e “elimination” desde 1985. A apresentação clínica da hanseníase se dá de duas formas: de maneira paucibacilar, podendo ser indeterminada ou tuberculóide, com baciloscopia negativa, ou ainda de maneira multibacilar, se manifestando como dimorfa ou virchowiana, com baciloscopia positiva. Segundo Cimerman (2003), observa de uma a cinco lesões hipocrômicas ou eritematosas, com distribuição assimétrica e perda de sensibilidade para a forma paucibacilar, e mais de cinco lesões com distribuição simétrica e podendo haver comprometimento de vários troncos nervosos para a hanseniase multibacilar. A transmissão se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias (secreções nasais, tosses, espirros), podendo assim infectar outras pessoas suscetíveis. A hanseníase é, contudo, uma doença com certas peculiaridades. Muitos indivíduos, mesmo convivendo intimamente com doentes contagiantes nunca adoecem. Entende-se, assim, que em áreas endêmicas, a infectividade bacilar é alta, mas sua patogenicidade e baixa, dada a ação de fatores constitucionais, os quais indicam a resistência ou suscetibilidade do hospedeiro para com o bacilo. O Tratamento do doente e a única forma de eliminar completamente essa doença que assola a humanidade desde os tempos remotos, sendo o comprometimento dos nervos periféricos a principal característica da doença, dando-lhe um grande potencial para provocar incapacidades físicas que podem, inclusive, evoluir para deformidades, porém a carga de sofrimento produzido por esta morbidade reflete diretamente na incompreensão dos pacientes quanto à realidade de hoje que hanseníase tem cura.