Escola, serviços de saúde, serviços sociais, comunidade

lacunas na rede social de adolescentes em liberdade assistida?

Autores

  • Ana Paula Campos Gonzaga Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Marilene Rivany Nunes Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Marta Angélica Iossi Silva Universidade de São Paulo (USP)

Resumo

Este estudo visou identificar a composição da rede social de adolescentes em liberdade assistida (LA) em Patos de Minas, Minas Gerais. Trata-se de uma pesquisa descritiva e qualitativa. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário de Patos de Minas (Parecer no 01992412.9.0000.5549/2012). A coleta de dados foi realizada após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os instrumentos adotados foram um questionário para abordar aspectos sócios demográficos e o mapa de rede social. Adotou-se a análise descritiva para análise dos dados. A amostra constitui-se de 16adolescentes em LA do sexo masculino com idades de 14 anos (1), 16 anos (6) e 17 anos (9), observando que nenhum adolescente completou o ensino fundamental. Ao analisar as particularidades do mapa da rede social dos adolescentes em LA detectou-se que todos preencheram o quadrante família, treze o quadrante amigos,nove os serviços sociais, quatro referenciaram a escola, três os serviços de saúde e nenhum o trabalho e a comunidade. Nas relações íntimas (família e grupos significativos), os 16 adolescentes relataram que estas são constituídas por um a dois membros da família, onze relataram os amigos, cinco os serviços sociais, três a escola e nenhum o trabalho e a comunidade. Observamos que nas relações íntimas existem lacunas a serem preenchidas pela escola, serviços sociais, serviços de saúde, trabalho e comunidade. Nas relações sociais (com contato pessoal ocasional)onze adolescentes referenciaram a presença de um a dois membros da família, cinco relataram os amigos, dois a escola, dois os serviços sociais e nenhum citou ter relação social com serviços de saúde, trabalho e comunidade.Já nas relações com conhecidos (relações ocasionais distantes) dez adolescentes referenciaram a presença de um membro da família, dois os amigos, um a escola e nenhum o serviço de saúde, trabalho, comunidade e os serviços sociais.De acordo com o estudo observou-se uma frequência dos membros da família nas relações íntimas, sociais e com conhecidos;já os amigos foram citados em quase todas as relações íntimas;os serviços de saúde, os serviços sociais, o trabalho, escola e comunidade foram menos percebidos na rede social destes adolescentes. Conclui- se que a família é percebida como fundamental em todas as relações da vida dos adolescentes em LA e que existem lacunas na área da comunidade, escola, serviços sociais e serviços de saúde.Neste contexto de grandes vulnerabilidades dos adolescentes em questão, observamos a necessidade urgente de criação de programas, ações e estratégias que articulem ou propiciem assistências integrais, intersetoriais e multiprofissionais que direcionem para a mudança da prática assistencial, tendo como foco uma visão mais ampliada do conceito de rede social em que o olhar não esteja centrado apenas no ato infracional do adolescente e sim em uma abordagem holística do paciente, ultrapassando a visão simplista e limitada da assistência.

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Publicado

2018-07-27

Edição

Seção

Resumos