Ciberespaço e relações virtuais

desconstruindo o discurso da superficialidade

Autores

  • Lucas André de Paula Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Adriana Fayad Campos Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

ciberespaço, relacionamentos virtuais, psicanálise

Resumo

Introdução e objetivo: A expansão da Internet nos anos 90 trouxe profundas alterações na vida Humana. Novas modalidades de comunicação vêm substituindo o corpo‐objeto pela escrita online possibilitando ao homem novas formas de se relacionar. O objetivo da pesquisa foi compreender e analisar as implicações das relações virtuais e vida digital na reconfiguração subjetiva e na condição de relação humana. Materiais e método: Foram colhidos dados de entrevistas com 4 adolescentes, análise de seus perfis virtuais e entrevistas de profissionais da área veiculadas na mídia sobre o tema. A análise foi feita sob o Método Psicanalítico por ruptura de campo aliado à Epistemologia Qualitativa de González Rey. A Epistemologia Qualitativa parte do pressuposto de que o conhecimento das expressões subjetivas do indivíduo é uma via de acesso ao conhecimento da subjetividade social, e o método psicanalítico, por seu caráter heurístico, atua nesta pesquisa de modo a romper campos do real produzindo novas representações, novos campos, através da análise do discurso midiático e da interioridade dos sujeitos entrevistados. Resultados e discussão: A análise do conteúdo sob o método psicanalítico evidenciou que a superficialidade do discurso racional, tanto dos indivíduos entrevistados quanto das entrevistas veiculadas na mídia com profissionais da área, não se sustenta, pois os dados mostram que estes indivíduos sentem‐se seguros na rede, expressam sentimentos com facilidade, se sentem acolhidos e amparados, dão vazão ao ridículo e tem medo de serem rejeitada no mundo virtual. Nas relações virtuais onde o corpo é abstraído, pode se investir no que está além do corpo físico, na intimidade verdadeira da comunicação dos sentimentos e pensamentos. O contato corporal na atualidade é banalizado e não é mais garantia de intimidade. O ser humano incorpora a máquina e a partir dela interage com o mundo Conclusão: Concluiu‐se que há uma dicotomia entre virtualidade‐superficialidade afetiva/ realidade‐profundidade afetiva que deve ser rompida. Pensar em realidade e irrealidade separadas pelas formas de interação virtual é cindir o homem da técnica, recriando a dicotomia sujeito objeto.

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Publicado

2018-07-27

Edição

Seção

Resumos