Avaliação da cinesioterapia/ginástica laboral na promoção da saúde e na melhoria da qualidade de vida do trabalhador
Palavras-chave:
cinesioterapia/ginástica laboral, qualidade de vida, Questionário SF‐ 36Resumo
Introdução e Objetivo: Investir na qualidade de vida voltada aos funcionários nas em‐ presas se constitui hoje uma das principais ações para a prevenção de problemas ori‐ undos do exercício laboral que, em condições inadequadas, podem ocasionar, pelo ex‐ cessivo ritmo de trabalho, grandes males à saúde dos trabalhadores. O presente estudo teve como objetivo aplicar a Cinesioterapia/Ginástica Laboral (C/GL) em um grupo de funcionários, e comparar o grau de satisfação dos trabalhadores antes e após o desen‐ volvimento do programa, observando se houve melhora na qualidade de vida após o término das sessões. Material e Métodos: Treze funcionários participaram do estudo, num total de 36 sessões, com duração de 25 minutos cada sessão. O questionário SF‐36 foi aplicado na 1ª sessão e reaplicado ao final das 36ª sessões. Oito domínios foram ava‐ liados com a pontuação variando de zero a cem. Resultados e Discussão: Os resulta‐ dos mostram que os oito domínios relacionados ao questionário (capacidade funcional, limitação por aspectos físicos, dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais, limitação por aspectos emocionais e saúde mental), obtiveram a pontuação igual a cem após quatro meses (36 sessões de programa). Verificou‐se a redução de diversos sinto‐ mas nos colaboradores que participaram regularmente das sessões de C/GL. Este fato pode estar associado à execução de exercícios leves e simples proporcionando melhora nas estruturas muito exigidas durante a jornada de trabalho. Conclusão: A empresa escolhida para aplicação da C/GL não possui nenhum programa voltado para ergono‐ mia e análise dos postos de trabalho, medida esta, de suma importância para garantir um ambiente capaz de proporcionar meios mais eficazes de garantir saúde e segurança aos trabalhadores. Apesar de o estudo apresentar resultados concretos, ficando eviden‐ te, portanto, que a C/GL trouxe benefícios na melhoria da qualidade de vida do traba‐ lhador, não se pode concluir que a aplicação da C/GL tenha relação direta com a redu‐ ção ou eliminação de doenças relacionadas ao trabalho. Para que se tenha uma resposta para esse questionamento torna‐se necessário a existência de estudos longitudinais para acompanhamento prolongado do programa e dos quadros de saúde de uma de‐ terminada população trabalhadora. Dessa forma, conclui‐se que a C/GL apresentou no estudo grande eficácia, contribuindo para a melhora da qualidade de vida do trabalha‐ dor, proporcionando diminuição da dor, melhora do relacionamento interpessoal, di‐ minuição do cansaço e estresse, uma vez em que o programa foi praticado em peque‐ nos intervalos diários com o objetivo de melhorar a capacidade funcional do indivíduo, assegurando pausa e consequente relaxamento das estruturas musculares utilizadas no trabalho. Por todo o exposto, fica claro que a C/GL pode ser uma forma de se alcançar qualidade de vida no trabalho, porém não a única, tornando‐se indispensável outras medidas de cunho mais abrangente como a intervenção ergonômica que atua não só no trabalhador mas em todo o ambiente de trabalho.