Vivenciando uma nova aula de educação física escolar para crianças de 8 a 10 anos
Resumo
Neste trabalho, nosso foco está nas crianças de 8 a 10 anos de idade, pertencentes à 2ª, 3ª e 4ª séries. Estas crianças apresentam algumas características que as diferenciam de outras do início do Ensino Fundamental. Elas passam dos jogos de faz-de-conta para uma fase com regras e conceitos mais elaborados. Ocorre assim, a preocupação com a realidade mais concreta, aspecto importante para a aprendizagem das habilidades motoras básicas e das normas e convenções sociais. Os jogos e as brincadeiras tornam-se mais sérios e a violação de uma regra é quase uma falta grave. Isso pode levar o aluno a desenvolver hábitos de trabalho e desfrutar de uma atividade bem-feita (movimentos estéticos e coordenados). Ocorre também o abandono ao egocentrismo e a compreensão de outros pontos de vista, o que possibilita o trabalho em grupo. A aprendizagem ocorre rapidamente pela combinação de movimentos fundamentais e específicos do ser humano. A criança desenvolve sua imagem corporal e experimenta avanços significativos na vivência e na compreensão das ações como andar, correr, saltar, subir, descer, girar, chutar, etc. Nossa meta é introduzir noções esportivas, sem nos esquecermos que o lúdico também é muito importante aqui. Para que não aconteça a separação entre meninos e meninas, fortes e fracos, com diferentes aptidões motoras, é importante promover uma troca de repertório corporal entre os dois grupos, recriando ou adaptando as práticas culturais de uns e outros. Fizemos uma preparação para o salto em distância (colchonetes dispostos de várias maneiras no chão e com o grau de dificuldade aumentado a cada rodada) e um “futebol de chinelo”( um par de chinelos, uma bola e cones para formar os gols), e conduzimos à organização de suas identidades psicossexuais e psicomotoras mostrando as possibilidades de integração conjunta nos esportes e nos jogos. Este tipo de trabalho visa à formação de atitudes que eliminem o isolamento, o medo, o constrangimento, a discriminação e preconceitos, valorizando a espontaneidade, a criatividade, a auto-estima, o respeito e a aceitação de diferenças e limites. Pudemos avaliar, os alunos em seus vários aspectos, observando a força, flexibilidade, agilidade, socialização, etc. Introduzimos, na aula, regras flexíveis que apresentavam variações e que acabaram se tornando desafios intrigantes.