Levantamento etnofarmacológico da Lychnosphora ericoides Mart (arnica brasileira), desenvolvimento e avaliação físico-química de forma farmacêutica com eficácia terapêutica avaliada por bioensaio
Resumo
Dentro da medicina popular empregada em Minas Gerais e mais precisamente na região do Alto Paranaíba, a arnica brasileira (Lychnosphora Ericoides Mart) também denominada de arnica da serra, falsa-arnica ou candeia, com ação antiinflamatória e analgésica, tem sido comumente usada na forma de chá ou infusão para o tratamento de coceira, picada de mosquito, ferida, dor e inflamação. Na indústria farmacêutica constitui-se matéria-prima para a produção de pomadas, tinturas e cosmética. O presente trabalho tem por objetivo realizar e estabelecer o perfil etnofarmacológico dos extratos de Lychnosphora Ericoides Mart, desenvolver uma formulação, viabilizar o seu uso com uma forma farmacêutica adequada, e avaliar a atividade farmacológica por meio de bioensaios. Para tanto foram aplicadas técnicas fitoquímicas qualitativas e semi-quantitativas, desenvolvimento farmacotécnico de pré-formulações, formulações em formas farmacêuticas variadas, avaliação da estabilidade microbiológica e físico-quimica da forma farmacêutica. Posteriormente será realizado o teste farmacológico dos componentes das formulações a base de L. Ericoides por meio de bioensaios em camundongos. A avaliação do controle dos produtos farmacotécnicos do extrato de L. Ericoides demonstraram que o pH, no decorrer de dois meses de preparo, teve uma discreta redução, não alterando significativamente, enquanto a viscosidade e densidade foram mantidas por todo o período de observação. O teste microbiológico foi realizado em duplicata no meio Agar Sangue, e do total das amostras analisadas observou-se crescimento em 1/4 destas.As análises fitoquímicas preliminares foram obtidas de diferentes “garrafadas” fornecidas pela população usuária. A primeira fase de análise demonstrou que o rendimento após evaporação dos diferentes extratos não apresentou diferença significativa entre eles. Do presente trabalho, ainda preliminar, pode-se inferir que é possível manter a estabilidade das formulações propostas e que dos extratos obtidos com as “garrafadas” pode-se extrair substâncias as quais serão submetidas à análise fitoquímicas.