A ética e a autorização da violência

um diálogo entre Hannah Arendt e Psicanálise

Autores

  • Gustavo César Fernandes Santana Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Ana Paula Leonor Rodrigues Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Viviane Souto Lopes Lima Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

banalidade do mal, ética, psicanálise

Resumo

Hannah Arendt formula a noção e a tese de banalidade do mal a partir da análise do julgamento do general nazista Adolf Eichmann. Este esteve envolvido nos extermínios dos judeus pelos nazistas e outros grupos minoritários. Hannah o percebe como um sujeito qualquer, isto é, não seria uma figura monstruosa e demoníaca, mas sim, um sujeito que funcionava sob às mandatórias do regime totalitário do nazismo sem considerar a maldade que poderia estar implicada em suas ações. Deste modo, o estudo teve como objetivo estabelecer um diálogo possível entre a teoria arendtiana e as contribuições da psicanálise, buscando compreender o fato de os sujeitos, diante de uma recusa da responsabilidade; em não pensar criticamente seus próprios atos, juntamente com a alienação a um regime, os engajaria à essas situações extremas de violência. Trata-se de uma revisão bibliográfica e para tanto, foi utilizado artigos selecionados por meio da dados de dados Pepsic, com os descritores: banalidade do mal, Hannah Arendt e Psicanálise. Os artigos elegidos datam de 2002 à 2016. Os critérios de inclusão: artigos completos, publicações em português. Os critérios de exclusão foram: artigos repetidos e teses. Segundo o estudo de Freud, acerca da origem do comportamento violento no ser humano, percebeu-se que o fato de a civilização não respeitar e ao mesmo tempo transgredir os pudores em relação à morte, permitiu-se que os homens não só desejassem o extermínio de seus inimigos, como também, por vezes, o exaltassem. De acordo com Deleuze, os homens teriam motivações internas para lutarem tão aguerridamente para manter sua condição de servidão como uma forma de acesso à liberdade. E por causa de um ideal a ser seguido, para que estes, possam inspirar guerra, intolerância e ódio. Para tanto, conclui-se que a recusa da responsabilidade, posição entendida como contrária ao que se apresenta pelos estudos e práticas Psicanalíticas em que a posição em que o sujeito ocupa é de responsabilidade por suas ações, pelo seu desejo; o descaso com a reflexão; o colapso da capacidade ética, são questões que comumente se conduzem à catástrofes.

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Publicado

2019-04-25

Edição

Seção

Resumos