Fatores associados à fragilidade em idosos no Brasil
uma revisão bibliográfica
Palavras-chave:
fragilidade, idoso, envelhecimentoResumo
Atualmente é fato o envelhecimento da população na grande maioria dos países. Devido a isso ele vem se tornando tema relevante na organização das políticas públicas, sobretudo aquelas voltadas à saúde do idoso, dadas as demandas específicas relacionadas a ele. A longevidade acrescida de condições que originam dependência, como doenças incapacitantes, limitações funcionais e quedas, pode diminuir a habilidade do idoso de lidar com os desafios ambientais. Esse grupo da população tem sido apontado como o mais acometido pelo que se denomina fragilidade, uma síndrome biológica caracterizada por declínio da reserva homeostática e diminuição da capacidade do organismo em suportar as adversidades. As alterações neuromusculares (sobretudo às associadas à sarcopenia), o desequilíbrio do sistema neuroendócrino e o distúrbio do sistema imunológico são as principais alterações relacionadas ao processo de envelhecimento que podem predispor o idoso a esta síndrome. Além dessas características, alguns autores sugerem que outros fatores não físico-fisiológicos também estejam relacionados à fragilidade. Assim, o objetivo do presente estudo foi identificar os aspectos sociodemográficos, psicocomportamentais, de condições de saúde e estilo de vida associados à fragilidade em idosos. Trata-se de uma revisão bibliográfica de artigos publicados na base de dados Scielo que tenham investigado a síndrome de fragilidade em idosos no Brasil. De 31 artigos encontrados, foram selecionados 22 para análise seguindo os critérios de: publicação entre os anos de 2012 a 2018, investigação transversal ou longitudinal de fragilidade, artigos na íntegra e em português. Nos artigos analisados os principais fatores associados à fragilidade foram: idade, sexo feminino, viuvez, baixa renda e escolaridade, tabagismo, sedentarismo, déficit cognitivo, sintomas depressivos, queda no último ano, autopercepção de saúde negativa e presença de outras comorbidades. Os resultados encontrados demonstraram o quão complexa é a síndrome de fragilidade no idoso, envolvendo múltiplas dimensões e sendo influenciada tanto por fatores intrínsecos ao indivíduo quanto por fatores externos a ele. Diante de tantos aspectos encontrados e relacionados à fragilidade, acredita-se que mais estudos precisam ser desenvolvidos no sentido de avaliar o real impacto destes na síndrome, contribuindo assim para a elaboração de ações de prevenção e intervenção precoce e garantindo uma maior qualidade de vida ao idoso.