Suicídio e redes sociais

uma leitura social e preventiva

Resumo

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é uma ação intencional do sujeito para extinguir sua própria vida. O sociólogo Durkheim, em 1982, analisou por meio de observações e estatísticas sobre mortalidade, que esse fenômeno é um evento coletivo e valorizou suas causas sociais. Ao indagar sobre o suicídio Moscovici (1978) utiliza o conceito de representatividade social, referindo-se a esta como o modo do sujeito de pensar e interpretar o cotidiano. Observa-se que atualmente discursos em redes sociais têm gerado um grande impacto na construção social da realidade. As mensagens que circulam nos meios de comunicação formam o senso comum e influenciam o comportamento das pessoas. Constata-se que as redes sociais tornam o lugar de “desabafo” para quem tem receio de procurar o tratamento psicológico. O trabalho possui como objetivo refletir, sobretudo de alertar sobre a maneira que se veiculam em redes sociais conteúdos e/ou programas que influenciam pessoas a tirarem suas próprias vidas. Trata-se de uma revisão bibliográfica e para tanto foram utilizados os descritores: suicídio, representatividade social, meios de comunicação e redes sociais. Os artigos foram pesquisados no período de 2010 a 2018, na base de dados Scielo. Os critérios de inclusão: artigos completos, publicações em português. Os critérios de exclusão foram: artigos repetidos e teses. Após a aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, seis artigos foram analisados. Apurou-se que no mês de abril de 2017 a procura da palavra suicídio aumentou 100%. Verificou-se ainda que neste ano o jogo online chamado Baleia Azul, despertou curiosidade dos jovens e virou assunto nos jornais. Houve neste mesmo ano, nas redes sociais uma "catarse coletiva". Reconheceu-se que isso acontece porque o sujeito está imerso em um grupo em ação ocorrendo assim uma hipnose, uma personalidade inconsciente. Dessa forma, fica claro que o fenômeno social seria um continuum em movimento, formado por fluxos de imitação, logo por meio da sugestão e do contágio de sentimentos e transformando as ideias em atos. Conclui-se a necessidade de novas pesquisas e como efeito preventivo o cuidado e zelo quanto a forma de veicular conteúdos e/ou programas em redes sociais.