Construção do mapa territorial da Equipe Saúde da Família – “Dr. Alírio Martins” em Patos de Minas – MG

relato de experiência

Resumo

Uma das estratégias das equipes de saúde da família (ESF) é a atenção básica territorializada. Segundo essa lógica de uma base territorial espacialmente delimitada e obedecendo ao modelo de adstrição da clientela, as equipes devem se apropriar de suas áreas de atuação. O objetivo do presente relato é descrever a experiência vivida por alunos de odontologia na construção do mapa territorial da ESF número 11: “Dr. Alírio Martins” que tem como referência a unidade básica de saúde situada no bairro Jardim Itamarati no município de Patos de Minas-MG. Os alunos, por meio da unidade curricular: Integração Ensino-Serviço-Comunidade do curso de Odontologia do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), foram alocados para composição da equipe. Os acadêmicos perceberam a necessidade de atualização dos limites geográficos e dos agravos em saúde no mapa anteriormente construído por essa ESF. Fundamentados por essa necessidade e por meio da utilização do espaço maker do UNIPAM: FABLAB, os alunos propuseram a criação de um mapa 2D impresso por queima a laser em placa de MDF, para sinalização das ruas e espaços sociais. Um circuito elétrico sequenciado, para instalação de Leds coloridos de maneiras a evidenciar diferentes microáreas existentes no território foi construído. Por sobre os leds, foram instaladas placas acrílicas transparentes para identificação visual de agravos em saúde existentes naquela população. As informações, para construção do mapa, foram obtidas por meio de aquisição do mapa virtual gravado em extensão própria do software AUTOCAD (.dwg) junto à prefeitura municipal. Os alunos utilizaram, também, informações coletadas diretamente no território por meio de visitas in loco, entrevistas com informantes-chave, entrevistas com os agentes comunitários de saúde e busca ativa de dados em base do e-sus. Dentre os resultados obtidos, por essa experiência, ressaltam-se a construção de um mapa físico, por meio de tecnologia inovadora, a interação dos alunos com a comunidade local e equipe na qual estão inseridos, a capacidade de integração desses mesmos alunos com acadêmicos de engenharia elétrica e mecânica de maneira transdisciplinar e principalmente o reconhecimento do território com um espaço vivo que demanda diagnóstico epidemiológico. A análise da experiência demonstrou a importância da compreensão sensível ao mapeamento do território na perspectiva da atenção básica em saúde e do atendimento conforme as necessidades da população.