Estratégias de coletas de dados no processo de territorialização em Equipe de Saúde da Família
relato de experiência
Palavras-chave:
agentes comunitários de saúde, equipe de saúde da família, territorialização, usuáriosResumo
A partir da necessidade de reconstruções das relações entre as universidades - serviços de saúde – comunidades, vem ocorrendo um amplo movimento de reestruturação da formação dos profissionais de saúde no mundo todo. No contexto do nosso país, tem-se buscado a transformação da formação do cirurgião-dentista no sentido do atendimento dos objetivos do SUS e do fortalecimento de uma Atenção em Saúde focada nas necessidades de saúde da população, por meio do delineamento de projetos acadêmicos que tenham o ensino voltado para a comunidade e em parceria com o serviço de saúde local. Diante desse contexto, este trabalho tem por objetivo ressaltar a importância da coleta de dados locais, por acadêmicos de odontologia, junto aos usuários e aos agentes comunitários de saúde (ACS(s)), vinculados à equipe de saúde da família 11: “Dr. Alírio Martins” no município de Patos de Minas-MG. Esses alunos, por meio da unidade curricular: Integração Ensino-Serviço-Comunidade (INESC) do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), foram alocados para composição da equipe 11. Diante da necessidade de apropriação de informações locais essenciais ao processo de territorialização, os acadêmicos coletaram, por meio de busca ativa, informações junto a informantes-chave locais e aos agentes comunitários de saúde da própria equipe. Foram realizadas entrevistas em seis diferentes microáreas do território e na própria unidade básica de saúde. As entrevistas foram guiadas por questionários direcionados à comunidade e de maneira a permitir a avalição qualitativa e tabulação dos dados para estabelecimento futuro de propostas de intervenção. Os resultados dessa estratégia permitiram a apropriação de dados do perfil epidemiográfico, epidemiológico, socioeconômico e cultural local, além de informações pertinentes aos anseios dos usuários. A implementação de estratégia transformadora, como essa, permite a formação de novas práticas para profissionais de saúde fundamentadas na reflexão crítica sobre o trabalho em saúde e aproximação dos usuários. Dessa maneira, a atuação dos alunos, além da busca do diagnóstico e intervenção sobre a população adstrita local, permite um redimensionamento da autonomia dessas pessoas, contribuindo com a formulação de políticas do autocuidado. O convívio dos alunos com a comunidade local permite o senso de pertencimento na construção de um sistema de atenção em saúde centrado no cuidado comunitário.