Avaliação antropométrica de trabalhadores beneficiados pelo programa de alimentação do trabalhador-PAT

Resumo

O Brasil passou por uma transição nutricional nos últimos anos, onde a fome e os casos de desnutrição reduziram, e o excesso de peso na população aumentou, devido ao maior consumo de alimentos industrializados, favorecendo o surgimento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). O ambiente de trabalho é considerado um local estratégico para promover educação nutricional (EN) e prevenir estas doenças, uma vez que oferece acesso a um grande número de pessoas. Nesse sentido, destaca-se o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), cujo objetivo é melhorar o estado nutricional por meio da oferta de alimentação equilibrada. O objetivo foi avaliar o estado nutricional de trabalhadores beneficiados ao PAT de uma empresa no município de Patos de Minas MG. Trata-se de um estudo transversal, descritivo e quantitativo. Após a aprovação do CEP do UNIPAM, sob parecer n° 2.724.526, foi realizada a coleta de dados por meio da aferição do peso e altura para o cálculo do IMC (peso dividido pelo quadrado da altura) e circunferências da cintura e do quadril para cálculo da relação cintura/quadril (RCQ) e aplicou-se um questionário sócio demográfico, e uma pergunta sobre a presença de ações de EN. Participaram 17 trabalhadores, sendo 12 do sexo feminino e 5 do sexo masculino, com idade entre 20 e 55 anos. Foi classificado como eutrófico 29%, 47% como sobrepeso e 24% como obesidade. De acordo com RCQ, 18% apresentou alto risco de desenvolver DCNT, 82% apresentou baixo risco. Quanto às responsabilidades da empresa ao PAT, todos responderam não terem participado de nenhuma atividade de EN no último ano. Os resultados encontrados revelam que mais da metade dos trabalhadores está acima do peso. Estudos apontam a relação do excesso de peso corporal com as DCNT. Foi possível concluir que há falha no cumprimento da legislação do PAT quanto ao desenvolvimento de ações de EN. Isto revela o desinteresse ou falta de conhecimento da política do programa por parte da empresa conveniada. Assim, reforça-se a necessidade de atividades para promover qualidade de vida dos trabalhadores, para assegurar a melhora do estado nutricional, além da diminuição do risco de desenvolvimento das DCNT.