Um estudo acerca das características da adoção na adolescência
Palavras-chave:
adoção, adolescentes, preparaçãoResumo
No Brasil, o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) possibilita a mediação entre pessoas que desejam adotar e crianças/adolescentes elegíveis à adoção. Dados recentes apontam 7614 crianças/ adolescentes cadastrados, sendo 4485 adolescentes. Quanto aos pretendentes, 19,66% adotariam crianças de até 3 anos de idade e 0,1% adotariam crianças/adolescentes de até 15 anos. Poucos estudos abordam a adoção de adolescentes, tanto na preparação de adotantes e adotados quanto no período de adaptação pós-adoção. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é realizar um levantamento bibliográfico acerca das características da adoção na adolescência. Foi realizada revisão de literatura, nos últimos 5 anos, nas bases de dados: Pepsic e Science Direct. Os descritores foram: perfis de adoção, adoção tardia e adoção de adolescentes. Foram selecionados e lidos 22 artigos na íntegra, sendo utilizados apenas 12, foram excluídos os que apresentavam conteúdos inadequados ou repetitivos. Os resultados apontam que a adoção é acompanhada por estereótipos e preconceitos, sendo um dos principais perfis de exclusão os adolescentes. A literatura salienta a importância da preparação e acompanhamento posterior em razão das características da adolescência, do histórico dos adolescentes (violência, negligência e rompimentos) e dos arranjos demandados pela família que se forma. Foi salientada a importância da participação ativa do adolescente. Quanto às famílias adotantes, é sinalizada a importância de se diminuir a expectativa em relação ao filho idealizado e trabalhar a flexibilidade necessária para lidar com um adolescente. A preparação dos adolescentes visaria: explicar o processo e o porquê da adoção; ajudar a lidar com experiências negativas e perdas; desenvolvimento de relações de confiança com a equipe técnica e capacitação para participar na tomada de decisão da própria adoção. Outro aspecto enfatizado é a importância, antes de dar início à adoção, do convívio entre adotantes e o adolescente. Conclui-se sobre a importância de grupos psicoeducativos e de suporte para este processo. Os achados mostram que apesar de implicações na adoção de adolescentes, a mesma pode ser realizada com sucesso quando acompanhada por um preparo eficaz. Faz-se necessário mais estudos sobre a adoção de adolescentes em razão da escassez de trabalhos.