Qualidade de vida de cuidadores de crianças com paralisia cerebral não deambuladoras
Palavras-chave:
qualidade de vida, paralisia cerebral, cuidadoresResumo
Introdução: A paralisia cerebral (PC) é uma condição que, frequentemente, interfere na aquisição de habilidades motoras na infância, as quais são essenciais para o desempenho de atividades da rotina diária. Além das deficiências neuromotoras, a PC pode resultar em limitações no desempenho de atividades e de tarefas do cotidiano da criança. O cuidador de crianças com PC vivencia diversas situações, de caráter financeiro, de exercício de papéis familiares, de sentimentos de desamparo, de perda de controle, de exclusão e de sobrecarga, as quais podem trazer um estresse a ele, sendo uma resposta às exigências. Objetivo: O objetivo desse estudo foi verificar a qualidade de vida dos cuidadores de crianças não deambuladoras com Paralisia Cerebral. Material e Métodos: O estudo foi submetido e aprovado no Comitê de Ética, sob parecer CAAE - 89390318.0.0000.5549. A amostra foi constituída de 12 cuidadoras de crianças com Paralisia Cerebral (PC), faixa etária entre 24 e 52 anos, sendo as crianças vinculadas à Clínica de Fisioterapia do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM). Para a realização da pesquisa, as cuidadoras foram submetidas ao Questionário de Qualidade de Vida (WHOQOL- bref), que contemplou as quatro dimensões (domínios físico, psicológico, social e ambiental). Resultados: Em relação aos domínios físico, psicológico e ambiental, a maioria das repostas mostrou nível intermediário de satisfação das cuidadoras em relação a sua qualidade de vida. No domínio social, todas as cuidadoras apresentaram nível intermediário de satisfação. Discussão: Segundo Souza et al. (2015), o ato de cuidar leva a repercussões negativas para a vida do cuidador, interferindo na saúde física e psicológica e na qualidade de vida. A sobrecarga do cuidador poderá culminar em distúrbios físicos agudos e crônicos, resultando em isolamento e depressão, além do desequilíbrio financeiro. Dessa forma, o cuidador, que é normalmente a mãe, altera sua vida em função de melhorar a condição de sua criança e passa a não desenvolver seus próprios papéis sociais. Conclusão: Conclui-se que a percepção da qualidade de vida das mães de crianças com PC apresenta-se intermediária nos quatro domínios. É necessário que o fisioterapeuta realize orientações às cuidadoras dessas crianças de forma a prevenir a baixa qualidade de vida.