Embelezar-se, até que ponto?

Autores

  • Rafael Nunes Teixeira Silva Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)
  • Raquel Gonçalves da Fonseca Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Palavras-chave:

beleza, mal-estar, feminilidade

Resumo

O objetivo deste estudo foi questionar a constante busca pela beleza na sociedade contemporânea assim como os fatores que impulsionam tal demanda. Metodologia: Foi realizada uma revisão bibliográfica de caráter narrativo e usadas as bases de dados Scielo, Pepsic e Bvs com os descritores: 1) “Beleza” 2)“Feminilidade” 3) “Psicanálise”. Selecionaram-se artigos em português, com texto completo, que continham os descritores no resumo como critério de parâmetro. Não foi definido limite quanto à data de publicação, devido à escassez de literatura, sendo selecionados sete artigos no total. Destes, foram separados três, além da obra de Freud “O mal-estar na civilização”, que estava de acordo com o tema. Resultados e Discussão: Embora a beleza não seja algo essencial para a sobrevivência humana, a civilização não pode desconsiderá-la. Há caminhos que podem ser adotados na busca pelo prazer e na fuga do desprazer, todavia nenhum desses caminhos nos leva ao encontro de tudo o que desejamos. Entre esses caminhos está o da procura pela beleza, que atualmente conta com diversos aparatos e tecnologias, como as cirurgias plásticas, academias de ginástica, entre outros. A busca pela beleza e juventude, valorizada na sociedade contemporânea, consiste em uma corrida que atinge pessoas de todas as classes sociais e está intimamente ligada à aproximação de um suposto ideal ditado como universal. Qualquer escolha levada ao extremo faz o indivíduo vulnerável a sérios perigos, caso a escolha se mostre inadequada ou desconsidere a subjetividade humana. Dessa forma, não é indicado buscarmos a totalidade de nossa satisfação numa só aspiração, pois seu êxito não é certo e depende da influência de muitos fatores e de nossa própria constituição psíquica. Uma vez que a beleza, a limpeza e a ordem ocupam uma posição privilegiada entre as exigências da civilização, supõe-se que a relação do homem com a beleza, além de ser influenciada pela cultura e pelo mercado estético, atua como recurso que deseja tamponar angústias e sofrimentos. Entre as fontes de nosso sofrimento está o fato de não dominarmos completamente a natureza nem o nosso organismo corporal, que se localiza com limitações próprias e uma existência passageira. Conclusão: Ao longo do trabalho, tornou-se possível concluir que a busca pela beleza tem o seu papel enquanto satisfação e utilidade para a vida psíquica do ser humano, todavia é preciso mostrar para as pessoas que nenhuma satisfação é absoluta e que nem sempre os procedimentos estéticos conseguirão diminuir as angústias e os sofrimentos. Faz-se necessário mais estudo sobre o assunto, para que se esclareça a relação entre o mal-estar inerente à condição humana e a busca constante pela satisfação que desencadeia angústias, impedindo a construção de uma medida de felicidade possível para cada pessoa na sua singularidade. Encontra-se como limitação deste trabalho a pouca quantidade de artigos analisados, além de ser possível que os estudos não sejam generalizáveis, devido à baixa quantidade de estudos feitos sobre o tema.

Biografia do Autor

Rafael Nunes Teixeira Silva, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Graduando do 6º período do curso de Psicologia – UNIPAM

Raquel Gonçalves da Fonseca, Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM)

Professora orientadora – UNIPAM

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Publicado

2020-11-26

Edição

Seção

Resumos