Efeitos da hidroterapia em pacientes submetidos à reabilitação cardiorrespiratória pós infarto agudo do miocárdio
Palavras-chave:
fisioterapia, hidroterapia, infarto agudo do miocárdio, reabilitação cardíacaResumo
As doenças cardiovasculares são as principais causas de óbito e hospitalização no Brasil. Dentre elas, o infarto agudo do miocárdio (IAM) é considerado o mais grave, e se define por uma isquemia miocárdica prolongada, devido a uma oclusão coronária aguda, a qual sessa o fluxo sanguíneo. Dos recursos aplicados na Reabilitação Cardiopulmonar (RCP), a hidroterapia é uma possibilidade terapêutica interessante, pois leva o organismo a condições diferentes das que são observadas no solo, devido às propriedades físicas da água. Objetivo: Verificar os efeitos da hidroterapia na função cardiopulmonar de sujeitos submetidos ao programa de RCP pós IAM na fase IV. Metodologia: Estudo intervencional, longitudinal, com abordagem quantitativa e descritiva, aprovado pelo CEP do Centro Universitário de Patos de Minas (UNIPAM), parecer nº 3.380.625. Foram incluídos os indivíduos com diagnóstico médico de IAM; em acompanhamento na Clínica de Fisioterapia do UNIPAM em 2019; idade de 45 a 70 anos; capacidade cognitiva para assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Foi realizada uma avaliação inicial que abordou dados sociodemográficos, clínicos e funcionais. Os indivíduos foram submetidos ao Mini Exame do Estado Mental, avaliação da força muscular respiratória com manovacuômetro, teste de caminhada de seis minutos associado à escala de Borg. Foi desenvolvido um protocolo de hidroterapia em grupo, com doze sessões, duas vezes por semana, duração de 50 minutos, composto por alongamentos, exercícios aeróbicos e relaxamento. Resultados Parciais: Dos três indivíduos que participaram do estudo todos são brancos, casados, sexo masculino com média de idade de 62 (±) 2,6 anos. O nível de escolaridade predominante foi o ensino fundamental incompleto (66,6%). A maioria tem diabetes mellitus (66,6%), doenças vasculares (66,6%), estresse (66,6%) e somente um (33,3%) é hipertenso. Todos são ex-tabagistas. A média do índice de massa corporal foi de 30,2 (±) 3,96 kg/m2. De acordo com a classificação – NYHA, a maioria apresentou classe funcional I (66,6%) e a II (33,3%). Discussão: Em estudo realizado no Brasil em 2010, 73% dos indivíduos que possuíam fatores de risco para o IAM estavam na faixa etária de 60 a 74 anos; na literatura esta média varia de 50 a 70 anos. Os principais fatores de risco associados ao IAM são dislipidemia, diabetes mellitus, tabagismo, sedentarismo, HAS, obesidade, estresse e o histórico familiar. As enfermidades relacionadas ao aparelho circulatório se apresentam em ambos os sexos. Porém, estudos comprovam que os homens são mais vulneráveis às doenças crônicas, com expectativa de vida menor, pois procuram tardiamente o serviço de saúde. Em um estudo no Chile, também houve maior prevalência de IAM (78%) nos homens. Há uma maior incidência de tabagismo no sexo masculino, aumentando os riscos de doenças cardiovasculares, sendo ele o fator de risco com prevalência de 20% no Brasil e EUA; e 36,5% no Chile. Conclusão: Os resultados parciais aqui apresentados nos mostram o perfil dos indivíduos e os fatores de risco prevalentes, o que nos revela a importância de realizar ações de reeducação nos hábitos de vida. Acreditamos que a conclusão da pesquisa indicará resultados positivos em relação à RCP através da hidroterapia associada a realização de protocolos baseados em atividades aeróbicas, presumindo que ela possibilitará uma melhora na capacidade funcional e eficiência cardiorrespiratória dos indivíduos.