Análise da capacidade funcional em mulheres com síndrome metabólica
Palavras-chave:
capacidade funcional, hipertensão arterial, obesidade, síndrome metabólicaResumo
Introdução: A síndrome metabólica é uma junção de vários fatores de risco cardiovascular: a hipertensão, hiperinsulinemia, intolerância à glicose, diabetes, obesidade e dislipidemia. Com o aumento do peso corpóreo, a função respiratória é comprometida levando a um maior gasto energético e diminuindo a capacidade funcional. Objetivo: Avaliar a capacidade funcional de mulheres portadoras de síndrome metabólica através do teste Shuttle Walk. Metodologia: Estudo transversal com abordagem quantitativa que foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa, parecer número 3.153.984. Participaram do estudo mulheres portadoras de síndrome metabólica com uma faixa etária de 18 a 59 anos, que estavam em atendimento no CEAE (Centro Estadual de Atenção Especializada) de Patos de Minas – MG. Após selecionadas as participantes, foi realizada uma avaliação antropométrica (peso e altura), calculado o IMC e aferidos os parâmetros: frequência respiratória, frequência cardíaca, pressão arterial, SatO2 e avaliação de dispneia pela escala de Borg. O teste Shuttle Walk foi realizado no próprio CEAE, em um corredor de 10 m delimitados por dois cones, onde as participantes caminharam em 12 níveis de velocidades crescentes. Ao final do teste foram aferidos novamente todos os parâmetros supracitados. Resultados: Foi possível verificar que, após a realização do teste Shuttle Walk, o valor de VO2 obtido pelas participantes teve média de 12,52 ml/kg/min ficando abaixo do VO2 máximo previsto que era de 36,31 ml/kg/min. A distância prevista para as participantes tinham média de 487,74 m e alcançaram apenas uma média de 284,67 m. Na correlação feita entre o VO2 obtido e o IMC das participantes, verificou-se um valor negativo de -0,1555. Foi possível verificar que as participantes ficaram abaixo dos valores de normalidade em todos os quesitos. Discussão: Partiu-se da presunção de que mulheres portadoras de síndrome metabólica possuíam capacidade funcional reduzida levando em conta as alterações funcionais e estruturais do corpo, além de outras comorbidades relacionadas diminuindo a funcionalidade. Houve uma frequência de 53,3% das mulheres obesas que apresentaram hipertensão e diabetes associados, uma vez que a obesidade eleva o risco de ocorrência de diabetes mellitus em dez vezes. O consumo de VO2 fornece uma medida de energia máxima para avaliação da capacidade funcional, assim justifica-se o baixo valor de VO2 encontrado nas mulheres participantes devido à função pulmonar ser comprometida com o aumento do peso corpóreo causando diminuição do volume de reserva expiratório e maior gasto energético durante o exercício muscular. A distância obtida foi inferior em relação à distância prevista, o que está relacionado à função do peso e altura das participantes, além do VO2 alcançado por elas durante a realização do teste. Conclusão: As mulheres portadoras de síndrome metabólica possuem capacidade funcional reduzida devido a alterações anatômicas e estruturais, patologias associadas e sedentarismo.