Avaliação do perfil epidemiológico e da qualidade de vida em mulheres acometidas por estrias

Resumo

Introdução: A pele é considerada o maior órgão do corpo humano, representando 15% do peso corporal, sendo responsável por várias funções do organismo. Diversas disfunções podem acometer o tecido tegumentar, entre elas as estrias. As estrias foram descritas pela primeira vez em 1889. São lesões da derme provenientes de um processo de degeneração cutânea progredindo para o rompimento das fibras de colágeno e elastina. Objetivo: O presente estudo teve como objetivo avaliar o perfil epidemiológico e a qualidade de vida em mulheres acometidas pelas estrias. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa de coorte transversal, realizada com 30 indivíduos, sexo feminino, idade entre 18 e 28 anos. Foram aplicados um questionário geral, o questionário Índice de Qualidade de Vida em Dermatologia (DLQI), um questionário validado e realizada uma avaliação física desenvolvida pela autora. A análise estatística foi conduzida por meio do Software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS versão 23.0, SPSS Inc., IL, USA). Resultados: Foi observado que as estrias surgem principalmente no período da adolescência e os locais do corpo mais acometidos são os glúteos e as mamas. Observa-se maior prevalência de estrias no fototipo IV e em IMC ≥25. A qualidade de vida foi pouco afetada, 80% apresentaram baixo impacto Discussão: Quanto à localização das estrias um estudo realizado em 2017 apontou os glúteos como o local mais acometido pelas estrias corroborando os resultados deste estudo. As estrias formadas em decorrência do desenvolvimento fisiológico estão relacionadas ao acúmulo dos adipócitos e à presença do estrogênio no organismo, assim como os corticoides tornam a pele mais suscetível às trações cutâneas. Atualmente, a obesidade é considerada um problema de saúde pública devido a sua alta incidência mundial. No Brasil, cerca de 40% da população está com sobrepeso. Um estudo realizado em 2009 demonstrou que mulheres afro-americanas são mais afetadas por estrias quando comparadas às mulheres caucasianas. Atualmente os padrões de beleza vêm se tornando cada vez mais diversificados, tornando mais próximos das mulheres com alterações em seus corpos. Conclusão: As estrias não causaram um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres acometidas. Entretanto, o IMC parece ser uma variável que influencia no aparecimento das estrias assim como fototipos maiores. Por fim, ressalta-se a necessidade de novos estudos na área para fortalecer as evidências científicas e nortear os profissionais na avaliação, tratamento e prognóstico.