Índice de lesões de pele em carcaças suínas abatidas em frigorífico de Minas Gerais
Palavras-chave:
bem-estar animal, manejo, manejo pré-abateResumo
Na suinocultura, as lesões de pele representam uma das principais fontes de perdas financeiras, pois podem resultar na condenação parcial ou total da carcaça. Além do impacto econômico, essas lesões têm sido reconhecidas como indicadores de bem-estar animal, sendo monitoradas e tratadas por meio de programas de controle de qualidade. Diversos fatores, tanto extrínsecos quanto intrínsecos ao manejo pré-abate, como transporte, densidade, tempo de viagem e manejo, podem contribuir para o surgimento de lesões de pele em carcaças suínas. Com base nesse contexto, este estudo teve como objetivo realizar um levantamento das lesões de pele em carcaças suínas abatidas em um frigorífico de Minas Gerais. Foram avaliadas as carcaças suínas de sete produtores/origens durante o período de 03 a 28/07/2023, totalizando 8.444 carcaças. Cada carcaça foi avaliada quanto ao tipo de lesão de pele (como brigas, arranhaduras, compressões, manejo e lesões não definidas) e à localização da lesão (pescoço, paleta, dorso lombar e pernil). Observou-se que as lesões de arranhadura foram mais frequentes na região do pescoço, paleta e dorso lombar no produtor 7. Quanto às lesões decorrentes de brigas, verificou-se maior frequência na região da paleta e dorso lombar no produtor 2, no pescoço no produtor 5 e no pernil no produtor 1. Não houve diferença significativa nas lesões de compressão na região do dorso lombar. No pescoço, o produtor 3 apresentou a maior frequência de lesões, com 22,3%. Não foram observadas lesões decorrentes de manejo nas regiões da paleta, dorso lombar e pernil, sendo encontradas apenas no pescoço, com o produtor 3 apresentando a maior frequência, com 28%, enquanto os demais produtores tiveram frequências similares. É importante ressaltar que todos os tipos de lesões podem estar inter-relacionados, já que suas causas estão frequentemente relacionadas ao manejo na granja e pré-abate, sendo, portanto, indicadores importantes do bem-estar animal. Atualmente, o mercado consumidor valoriza produtos de origem animal produzidos sob as melhores condições de criação, o que confere uma alta valorização aos cortes de carne e proporciona à indústria um reconhecimento pela qualidade da carne e pelo respeito à vida dos animais. O conhecimento e a gestão dos diversos fatores que podem causar essas lesões são fundamentais para garantir o bem-estar animal, bem como a lucratividade e a rentabilidade do processo industrial.