As perspectivas do uso de drogas antidiabéticas na prevenção e no tratamento da doença de Alzheimer:
uma revisão integrativa
Palavras-chave:
Demência, Doença de Alzheimer, Doenças neurodegenerativas, Hipoglicemiantes, InsulinaResumo
A Doença de Alzheimer (DA) é uma condição neurodegenerativa crônica e progressiva caracterizada pelo comprometimento da memória e das funções cognitivas, afetando o desempenho social e profissional do indivíduo. Uma das hipóteses fisiopatológicas sugere que a resistência insulínica cerebral contribui para o acúmulo de neurotoxinas, o estresse neuronal e, consequentemente, a neurodegeneração. Nesse contexto, investiga-se o potencial terapêutico de fármacos antidiabéticos que aumentam a sensibilidade à insulina para a prevenção e o tratamento da DA. Este estudo tem como objetivo analisar as evidências disponíveis sobre o uso desses medicamentos no manejo da doença. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, com seleção de estudos realizada até agosto de 2024. Foram considerados artigos em português, inglês e espanhol, disponíveis na íntegra, publicados nos últimos cinco anos e indexados nas bases de dados Medline, SciELO, Lilacs e EBSCOhost. A busca utilizou descritores organizados com operadores booleanos: “Alzheimer’s Disease” OR “Dementia” OR “Neurodegenerative Diseases” AND “Hypoglycemic Agents” OR “Insulin” OR “Metformin”. Os resultados evidenciaram que os fármacos antidiabéticos podem aumentar a sensibilidade à insulina cerebral ou imitar seus efeitos neuroprotetores. Os inibidores da dipeptidil peptidase-4 (iDPP-4), agonistas do peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1 (aGLP-1) e inibidores do cotransportador sódio-glicose tipo 2 (iSGLT-2) demonstraram potencial na redução do risco de demência. Em contrapartida, sulfonilureias e tiazolidinedionas apresentaram maior incidência de efeitos adversos e risco de hipoglicemia. Já a metformina, por não possuir efeito hipoglicemiante, mostrou-se segura para uso em pacientes sem diabetes mellitus tipo 2 (DM2). Além disso, a insulina intranasal surge como uma alternativa promissora para indivíduos com DM2 e DA, por melhorar a neuroplasticidade. Conclui-se que o uso de fármacos antidiabéticos no manejo da DA apresenta perspectivas terapêuticas promissoras, embora mais estudos sejam necessários para estabelecer protocolos clínicos eficazes