O uso das redes sociais associado à urgência de dopamina e suas consequências
Palavras-chave:
Dependência química, Dopamina, Redes SociaisResumo
O sistema dopaminérgico mesocorticolímbico está relacionado à sensação de recompensa. No entanto, sua estimulação inadequada pode provocar infrarregulação dos receptores dopaminérgicos, levando à tolerância, dependência e diversas consequências negativas. Aplicativos e redes sociais têm sido apontados como potenciais indutores dessa hiperestimulação, favorecendo a busca contínua por dopamina. Diante disso, este estudo realizou uma revisão sistemática da literatura com o objetivo de responder à seguinte questão: "Quais as principais consequências do uso excessivo de mídias sociais?". Foram analisados estudos publicados entre 2017 e 2024, obtidos nas bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO), National Library of Medicine (PubMed), EBSCOhost e Google Scholar, utilizando os descritores: "Dopamina", "DA", "Mídias sociais", "Redes sociais" e "Ansiedade", nos idiomas português e inglês. Após a triagem, 16 artigos foram identificados, dos quais 10 atenderam aos critérios de inclusão estabelecidos. Os resultados sugerem que o uso excessivo de redes sociais pode desencadear padrões de dependência semelhantes aos observados em usuários de substâncias psicoativas. Estudos com ressonância magnética funcional evidenciaram ativação da área tegmentar ventral, do córtex auditivo primário e do giro frontal médio em resposta a conteúdos personalizados fornecidos pelo algoritmo da plataforma TikTok. Conclui-se que a estimulação prolongada do sistema dopaminérgico por meio do uso contínuo desses aplicativos pode contribuir para disfunções neuroquímicas associadas à ansiedade, fobia social, déficit de atenção, conflitos interpessoais e aumento do risco de obesidade