Relação da terapia de privação androgênica com o risco de desenvolvimento da Doença de Alzheimer em pacientes com câncer de próstata
uma revisão de literatura
Palavras-chave:
câncer de próstata, doença de alzheimer, terapia de privação androgênicaResumo
Introdução: No Brasil, o câncer de próstata é o segundo mais comum entre homens com mais de 65 anos. Na terapia de privação androgênica (ADT) a massa tumoral é reduzida e sua evolução é retardada. A ADT é a principal terapêutica para o câncer metastático de próstata. Objetivo: Relacionar a ADT a um risco aumentado de desenvolver Doença de Alzheimer (DA). Metodologia de busca: foi realizada uma revisão literária de artigos publicados entre 2014 e 2018. Discussão: Placas amilóides cerebrais presentes na DA, se formam a partir da proteína β-amilóide, influenciada por efeitos da ADT, bem como pelos agonistas do GnRH e pela perda de testosterona. A testosterona e, portanto, o estradiol são reduzidos pela ADT, e alteram os níveis séricos e cerebrais de β-amilóide. Além disso, receptores de GnRH ativam células imunes que influenciam as placas β-amilóides do cérebro e a ADT induz ondas de calor que provocam distúrbios do sono e, por conseguinte, ocasionam a interrupção do processo natural de remoção de toxinas beta do cérebro através do sistema linfático durante um sono adequado. A ADT também ocasiona síndrome metabólica. A resistência à insulina é um possível mecanismo patológico da DA, no qual a desregulação da insulina e sua enzima de degradação impactam a morte neuronal e estimulam a formação de placas, o que caracteriza a DA como um diabetes "tipo 3". Considerações Finais: a correlação da ADT com o aumento do risco do desenvolvimento da DA está associada à duração da supressão de testosteona para câncer de próstata.