Fragmentos

narrativas memória e percepção – uma análise sobre lugares de memória em Patos de Minas (MG)

Resumo

A arquitetura é particularmente uma forma artística de encontro e mediação. Além de nos inserir no espaço e no lugar, as paisagens e edificações articulam nossas experiências de duração do tempo entre as polaridades do passado e do futuro. Na verdade, ao longo de toda a trajetória das artes e da literatura, as paisagens e as edificações compõem a externalização da memória humana mais significativa. As edificações, portanto, projetam grandes narrativas da cultura e da tradição; além dos seus propósitos práticos, elas têm uma tarefa existencial e mental significativa: elas modificam o espaço para ocupação humana ao transformarem espaços anônimos, uniformes e indefinidos em lugares distintos e com significância humana. Desde os primórdios, observa-se a importância da relação entre indivíduo e lugar e como essa relação tem fortes influências na sociedade. Essas influências geraram a urgência em se estudar e preservar tais espaços de interação. A atual pesquisa busca compreender a temática dos Lugares de Memória com ênfase na sua dimensão simbólica representada pela memória dos lugares e discutir conceitos relativos ao uso dos espaços de sua capacidade sensorial, de suas significações e de sua relevância para o sentimento de pertencimento da comunidade. Por meio de pesquisa documental e de campo com a comunidade de Patos de Minas (MG), constroem-se algumas reflexões sobre o patrimônio das paisagens supostamente banais, mas que constituem o simbólico dos lugares, destacando e mapeando as que possam ter valor de patrimônio local a partir do contato com os próprios moradores da cidade e de suas vivências.