A retórica anticomunista nos jornais de patos de minas Na década de 1930
Palavras-chave:
anticomunismo, Patos de Minas, imprensa, história localResumo
Anticomunistas são indivíduos e grupos que se dedicaram à luta contra o comunismo por meio de movimentos e atitudes de recusa militante ao projeto comunista (MOTTA, 2002). No Brasil, o fenômeno do anticomunismo tem início na década de 1920, como reação à Revolução Russa de 1917, e ganha força nos anos 1930, diante do crescimento do Partido Comunista do Brasil. Seus discursos fundamentavam-se em três matrizes ideológicas: Catolicismo, Nacionalismo e Liberalismo. Nas fontes impressas, observa-se que os anticomunistas recorriam ao imaginário e à iconografia, utilizando charges, caricaturas e outras representações visuais que associavam o comunismo ao diabo, a agentes patológicos ou mesmo à escravidão. Este projeto de pesquisa tem como objetivo mapear o fenômeno anticomunista e seus desdobramentos em Patos de Minas, a partir da retórica presente nos artigos publicados na década de 1930, especialmente no jornal Folha de Patos. Para tanto, adota-se uma metodologia de análise do discurso articulada à história social da imprensa, compreendida como força social ativa (CRUZ; PEIXOTO, 2009). A documentação analisada pertence ao acervo do Centro de Documentação e Memória do Centro Universitário de Patos de Minas. Uma análise preliminar dos artigos publicados em 1936 revela elementos do discurso anticomunista, em que os redatores expressavam repulsa ao comunismo e às ideias atribuídas a Karl Marx, associando-o a uma ameaça à nação. Os textos conclamavam a população à “união” para proteger o país contra esse perigo. Assim, a pesquisa pretende não apenas mapear as manifestações anticomunistas locais, mas também ampliar a bibliografia sobre o tema, contribuindo para a compreensão da capilarização das ideias políticas no interior de Minas Gerais nos anos 1930.